Saiba o que comer quando estiver tomando antibióticos
07/09/2018

Comidas fermentadas, legumes ricos em vitamina K e fibras estão na lista de alimentos que podem ser consumidos

Ao tomar antibióticos, medicamento cuja função é combater bactérias infecciosas, o corpo pode experimentar efeitos colaterais, especialmente no sistema digestivo. Isso acontece porque a medicação pode perturbar o equilíbrio das “boas” bactérias que fazem parte do microbioma – conjunto de micróbios que compõem o organismo humano e exercem papel importante do corpo.

O intestino de um indivíduo, por exemplo, abriga trilhões de microorganismos que mantêm o funcionamento do sistema digestivo e ajudam o sistema imunológico a se defender contra a infecções. Entretanto, durante a ingestão de antibióticos, eles são diretamente afetados, acarretando náusea, diarreia, inchaço, indigestão, dor abdominal e perda de apetite. Como esses sintomas são desconfortáveis, apesar de passageiros, algumas medidas podem ser tomadas para preveni-los, como a ingestão de determinados alimentos.
Probióticos e prebióticos

Estudos sugerem que tomar probióticos – também conhecidos como bactérias saudáveis – é uma forma segura de prevenir diarreia causada pelos antibióticos, ajudando também a diminuir o inchaço e restaurar o equilíbrio da microbioma. Essas bactérias podem ser encontradas em alimentos como iogurtes e leites fermentados, e em medicamentos, mas só devem ser ingeridos ao final do ciclo de antibióticos.

Já os prebióticos são alimentos para as bactérias benéficas que vivem no microbioma intestinal. Quando alimentadas – antes e depois da medicação -, o intestino ganha mais equilíbrio. Entre os alimentos que podem ajudar estão: cebola, alho, banana, chicória, alcachofra, iogurte, cereais e pão.

Para saber se o produto que você está comendo tem prebióticos é só verificar o rótulo, onde geralmente aparecem com os seguintes nomes: galactooligossacarídeos (GOS), frutooligossacarídeos (FOS), oligofrutose (OF), fibra de chicória e inulina. Como são fibras alimentares, o consumo em grande quantidade pode provocar gases ou inchaço, por isso precisam ser ingeridos aos poucos para que o intestino se adapte.

Fermentados, Vitamina K e Fibra
Alimentos fermentados são boas fontes de bactérias benéficas. Entre os produtos mais comuns estão: iogurte, salame tradicional, alguns queijos e picles fresco, além de alimentos da culinária oriental, como missô, tempeh e kimchi.

Algumas bactérias produzem vitamina K, essencial para ajudar o corpo na coagulação do sangue. Por isso, para diminuir o impacto que tomar antibióticos pode causar no microbioma, legumes e verduras devem fazer parte da dieta, principalmente couve, espinafre, nabiça, acelga, salsinha, mostarda verde e couve de Bruxelas.

A ingestão de fibra também pode estimular o crescimento das “boas” bactérias no intestino, mas este nutriente só deve ser consumido ao fim do ciclo de antibióticos já que pode afetar a forma como o estômago absorve o medicamento. Alguns alimentos ricos em fibras são: alcachofra, banana, feijão, brócolis, lentilha, nozes, ervilha e grãos integrais.

O que evitar?
Os alimentos que interferem na eficácia dos antibióticos devem ser evitados, como a toranja, que interfere na quebra e absorção do medicamento. Além disso, algumas pesquisas indicam que alimentos fortificados com altas doses de cálcio, como alguns sucos de laranja industrializados, são capazes de prejudicar a absorção de alguns antibióticos.

Bebidas alcoólicas não podem fazer parte da alimentação diária durante o uso de antibióticos já que podem piorar os efeitos colaterais, como náusea, dor abdominal, ondas de calor, batimento cardíaco rápido ou irregular, dores de cabeça, tontura e sonolência.

As principais medicações que não devem ser misturadas com álcool são: o metronidazol e o tinidazol, usados no tratamento de infecções dentárias e vaginais, úlceras de perna e de pressão. Depois de finalizar o ciclo de antibióticos, o indivíduo deve esperar de 48 a 72 horas antes de consumir bebidas alcoólicas.

 

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