Descubra como manter o equilíbrio intestinal e se prevenir de doenças
31/05/2017

Quando a integridade intestinal está comprometida, pode haver a entrada de micro-organismos patogênicos e agressores que podem levar a processos inflamatórios. Evite através da alimentação

nosso trato gastrointestinal é habitado por “trilhões” de microrganismos, bactérias benéficas (lactobacilos e bifidobactérias) e patogênicas (ex: Enterobacteriaceae e Clostridium ssp) que são denominadas Microbiota Intestinal. Entre as suas funções, estão o processo de digestão e absorção de nutrientes, produção de vitaminas, aumento de bactérias “benéficas” evitando a proliferação de bactérias patogênicas e a translocação bacteriana, mantendo a integridade intestinal. O intestino atua como importante órgão de defesa do sistema imunológico.

No intestino são absorvidos os nutrientes vindos da alimentação após o processo de digestão e se não estiver íntegro esta absorção fica prejudicada trazendo prejuízos à saúde. Estudos correlacionam o desequilíbrio ou alteração da microbiota intestinal - disbiose - com obesidade, câncer, diabetes, resistência à insulina, doenças gastrointestinais (diarreia, constipação, doença de Chron, síndrome do colon irritável...), depressão, artrite, reumatóide, letargia, entre outras.

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Quando a integridade intestinal está comprometida, pode haver alteração na permeabilidade intestinal permitindo a entrada de micro-organismos patogênicos e agressores, e estes microrganismos produzem toxinas que podem levar a processos inflamatórios.

O que determina a composição da microbiota intestinal?

Características genéticas, tipo de parto no nascimento, amamentação, alimentação, uso de medicamentos (antibióticos, laxantes...), estilo de vida.

O que causa a disbiose?

- Dietas ricas em gorduras e carboidratos, principalmente gorduras trans e saturadas e carboidratos simples e refinados.

- Consumo excessivo de alimentos processados e ultraprocessados que contêm uma série de aditivos químicos (emulsificantes, corantes, edulcorantes, estabilizantes...).

- Baixo consumo de fibras na dieta.

- Uso recorrente e excessivo de antibióticos (destroem as bactérias patogênicas e as benéficas), principalmente na infância, e de outras drogas como anti-inflamatórios, laxantes.

- Estilo de vida estressante promove uma queda na imunidade e facilita a entrada de microrganismos oportunistas.

- Introdução precoce de alimentos no primeiro ano de vida.

- O pH gástrico e intestinal, o ácido clorídrico do estômago é responsável por acabar com alimentos patogênicos ingeridas com os alimentos. Idosos possuem maior fragilidade por produzir menor quantidade de ácido clorídrico.

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Como prevenir através da alimentação?

1. Ingestão de prebióticos, probióticos e simbióticos

Probióticos: segundo à Anvisa, são “microrganismos que apresentam efeitos benéficos para o hospedeiro, promovendo o equilíbrio da microbiota normal” . Aumentam as bactérias benéficas e impedem que bactérias nocivas proliferem, melhorando a digestão da lactose em casos de sensibilidade e intolerância à lactose, estímulo do sistema imune, regularização intestinal prevenindo constipação e diarreia, melhora da absorção de macro e micronutrientes (vitaminas e minerais).

Os principais utilizados são os lactobacilos (acidophilus, casei, reuteri, rhaminosus) e bifidobactérias (bifidum, breve, infantis, logun, enterococcus faecium). Estão disponíveis em cápsulas ou pó produzidos em farmácias ou adicionados a alimentos como iogurtes, sucos, queijos, leite fermentados.

Os lactobacilos são bactérias gram-positivas predominantes no intestino delgado, inibem a proliferação de microrganismos patogênicos, pela competição com locais de ligação e nutrientes e produzem ácidos orgânicos, reduzindo o pH intestinal, retardando o crescimento das bactérias patogênicas.

As bifidobactérias são normalmente predominantes no intestino grosso, e têm papel benéfico nos quadros de diarreia.

- Prebióticos: fibras não digeríveis que estimulam a proliferação de bactérias benéficas. Agem em sinergia com os probióticos “alimentando” as bactérias benéficas. São de origem vegetal e não são digeridos por enzimas digestivas, nem absorvido na porção superior do trato gastrointestinal. As fibras dietéticas solúveis, os frutanos, como inulina, os frutooligossacarídeos (FOS) e galactooligossacarídeos (GOS).

Encontrados naturalmente em alimentos como chicórea, batata yacon, bardana, biomassa de banana verde, alcachofra, alho, banana, cebola, aspargo, cevada, aveia, grãos de soja, grão de bico, tremoços, ervilha, trigo.

- Simbióticos: associação de prebióticos e probióticos favorecendo desenvolvimento de microrganismos benéficos. Reequilibram a microbiota intestinal favorecendo a motilidade intestinal, absorção de nutrientes, redução da absorção de glicose e níveis de colesterol, prevenção de doenças.

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2. Aumento do consumo de fibras na dieta (25 a 30g / dia):

- maior consumo de frutas, verduras e legumes, mínimo de 5 porções diárias}
- dar preferência à alimentos integrais
- reduzir o consumo de alimentos processados e evitar os ultraprocessados
- atenção à leitura de rótulos, prefira alimentos com menor número de ingredientes
- cozinhe mais e desembale menos

3. Ingestão adequada de água:

- Ingestão de 35 a 40ml de água/ kg de peso/ dia

Referências Bibliográficas:

FERREIRA, G.S. Disbiose Intestional: Aplicabilidade dos prebióticos e dos probióticos na recuperação e manutenção da microbiota intestinal. Centro Universitário Luterano de Palmas. Monografia. Palmas -Tocantis, 2014.

RAIZEL, Raquel et al. Efeitos do consumo de probióticos, prebióticos e simbióticos para o organismo humano. Revista Ciência e Saúde, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 66-74, jul./dez. 2011.

 

Fonte: (As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.). 

 

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