A ingestão correta de carboidratos, gorduras e proteínas é necessária para o equilíbrio do metabolismo muscular. Essa limitação pode alterar nossa fisiologia hormonal, diz médico
Manter a composição corporal é essencial para a preservação da nossa saúde metabólica. A prevenção de um declínio na massa muscular requer que a síntese de proteínas seja a mesma ou superior do que a taxa de degradação muscular. Sabemos que a ingestão correta de carboidratos, gorduras e proteínas é necessária para o equilíbrio do metabolismo muscular.
Falando em músculos, a síntese de proteínas é extremamente relacionada com a nossa dinâmica hormonal. Essa síntese pode ser afetada pela insulina e outros vários hormônios, como o IGF-I, que é estimulado pelo hormônio do crescimento (hormônio esse contra-regulador da insulina).
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Muitos dos efeitos metabólicos de uma dieta com baixo teor de carboidratos são atribuídos à supressão crônica da insulina plasmática. A insulina é considerada um potente hormônio anabólico, principalmente, através do seu papel na redução da proteólise (quebra de proteínas), mas também tem sido mostrado que a insulina pode auxiliar na estimulação da síntese protéica.
De fato, o efeito da restrição de carboidratos (low carb) combinado com alta ingestão protéica pode alterar a secreção de insulina, de GH e a sinalização de IGF-I. A restrição de carboidratos combinada com alta ingestão de proteínas diminui a secreção diária de insulina plasmática. Em estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology, a concentração de insulina em 24 horas diminuiu em mais de 50% com uma dieta com baixo carboidrato (5% carboidrato, 60% gordura, 35% proteína).
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Segundo a nutricionista Luna Azevedo, “a ingestão de carboidratos é importante especialmente para os atletas e indivíduos sensíveis à insulina. Uma alimentação inadequada pode levar a perda da massa muscular e diminuição do rendimento no esporte. Outro detalhe é que existem vários tipos de alimentação com diminuição dos carboidratos que podem variar de 5 a 60%, por exemplo.“
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É sabido que a ingestão de carboidratos + proteínas diminui a velocidade de absorção intestinal de aminoácidos quando comparado com a ingestão apenas da proteína. Mas, isso não parece impactar de fato a síntese muscular de proteínas.
A proteína quando ingerida sozinha é devidamente digerida levando ao rápido aumento das concentrações plasmáticas de aminoácidos nas primeiras duas horas. No entanto, quando consumida com carboidratos ocorre ascensão pós-prandial da insulina que facilita o anabolismo muscular por supressão da proteólise e aumento do fluxo sanguíneo microvascular. O aumento da insulina circulante até 30 mU/L já é suficiente para maximizar o anabolismo pós-prandial.
Outro detalhe é a qualidade do treinamento que faz toda diferença quando realizada com acompanhento do profissional de educação física. Vale lembrar a importância da orientação do médico e do nutricionista, ambos em conjunto podem avaliar qual melhor padrão alimentar a ser seguido.
Muito se têm falado sobre o jejum no pós treino. Mas essa estratégia não traz benefícios musculares devido à elevação dos hormônios hiperglicemiantes (glucagon, cortisol e IGF-1) que favorecem o catabolismo muscular. Além disso há baixa secreção de insulina, que é um hormônio importante no anabolismo. Outro estudo mostra que a insulina atua na liberação e absorção de aminoácidos nos músculos.
Existe evidência de que ocorre maior síntese de proteínas musculares quando há liberação da insulina aumentando a captação de glicose e dos aminoácidos nos músculos. Apesar das evidências, a avaliação feita pelo médico do esporte deve ser individualizada para cada pessoa, tudo dependerá do perfil metabólico da pessoa e das suas estratégias pessoais e desportivas.
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Fonte:(EuAtleta)